Winston Churchill na Madeira - 1º capítulo
Publié par Rita Martins le
Winston Churchill e a civilização ocidental da liberdade sob a lei
João Carlos Espada
(Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa; Presidente da International Churchill Society of Portugal).
Foi com alguma surpresa que recebi o telefonema do senhor Presidente do Governo Regional da Madeira informando-me de que ia publicar um livro de sua autoria sobre a visita que Winston Churchill fizera à Madeira, em Janeiro de 1950. Digo apenas “alguma surpresa” porque já conhecia bem a admiração de Dr. Miguel Albuquerque por Winston Churchill, bem como a sua familiaridade com a vida e obra do grande estadista. Essa admiração e esta familiaridade tinham ficado bem patentes nas suas marcantes intervenções em vários eventos “Churchillianos”, promovidos regularmente pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em associação com a International Churchill Society of Portugal.
A surpresa foi bastante maior quando o Dr. Miguel Albuquerque me convidou a escrever um prefácio para o seu livro. É um convite que muito me honra e que aceitei de imediato, embora com alguma apreensão. E a apreensão aumentou quando pude ler o magnífico trabalho que o leitor tem agora nas suas mãos. O meu prefácio será apenas um modesto contributo para esta grande homenagem madeirense e portuguesa a Winston Churchill — um modesto contributo que tem o privilégio de acompanhar um eloquente trabalho histórico e literário de Miguel Albuquerque, bem como uma belíssima colecção fotográfica.
Mesmo nos dias que correm, Winston Churchill ainda é reconhecido como o homem que liderou a resistência ocidental ao totalitarismo nazi e um dos primeiros a denunciar o totalitarismo soviético. Mas a sua visão política tende hoje a ser desvalorizada e é por muitos considerada reaccionária ou ultrapassada. Gostaria de contestar esse entendimento e de recordar alguns dos aspectos que fizeram de Winston Churchill “o orgulhoso herdeiro e representante da velha tradição europeia e ocidental da liberdade sob a lei, a quem a Europa ficou a dever a liberdade” — para citar a muito apropriada avaliação de Miguel Albuquerque no presente livro.
Winston Churchill nasceu em 1874, numa muito antiga família aristocrática inglesa, ainda que sua mãe fosse americana. Estudou em Harrow, um dos melhores colégios ingleses, mas não ingressou na Universidade, tendo seguido a carreira militar e estudado na muito distinta Academia Militar de Sandhurst. Foi pela primeira vez eleito para o Parlamento, como deputado Conservador, em 1900, e permaneceu como deputado até 1964, tendo morrido em Janeiro de 1965. Churchill foi sempre um profundo admirador e activo participante do Parlamento britânico.
Na alvorada do século XX, as novas modas intelectuais emergentes na Europa não nutriam grande entusiasmo, para dizer o mínimo, pela democracia parlamentar ocidental. Vale talvez a pena recordar que, em 1904, Winston Churchill deixou a sua bancada Conservadora no parlamento britânico para se juntar à bancada dos Liberais. Vinte anos mais tarde, em 1924, voltaria a fazê-lo em sentido contrário, juntando-se novamente aos Conservadores. Mas, enquanto Churchill trocava de bancada entre dois muito antigos partidos parlamentares, as modas intelectuais da época atacavam a democracia parlamentar e as instituições da economia de mercado. Foi um período durante o qual o funcionamento das instituições democráticas europeias, à excepção das britânicas e das suíças, foi perturbado pela guerra e pelas ideologias revolucionárias, de esquerda e de direita.
As novas modas intelectuais tendiam a ser entusiastas fervorosas das marés revolucionárias, fossem da esquerda ou da direita, do comunismo ou daquilo que viria a ser o nacional-socialismo. Os revolucionários apresentavam-se como porta-vozes de um mundo novo. Havia que deixar para trás a inércia da democracia parlamentar e a mesquinhez comercial do capitalismo. A Inglaterra e a América eram vistas como símbolos do velho mundo. Dizia-se que estavam à mercê da "conspiração judaica" e da "plutocracia financeira mundial". A Inglaterra e a América eram acusadas de resistir ao novo "Estado total”, centralizado e inovador, introduzido por Lenine na Rússia, em 1917, por Mussolini em Itália, em 1924, e por Hitler na Alemanha, em 1933. Na Europa, muitas pessoas mostravam-se sensíveis às novas tendências: "Sim, o mundo está a mudar", diziam, "e, tal como o mundo, também temos de mudar".
Winston Churchill permaneceu imune à linguagem da revolução e da inovação. Dizia-se que ele era um conservador antiquado que não compreendia os novos tempos. Mas Churchill compreendia os novos tempos. E não gostava daquilo que compreendia. Churchill era um admirador da tradição liberal-conservadora do seu país, do Império Britânico e da civilização europeia e ocidental. Estudara Macaulay e aprendera que a Revolução Gloriosa de 1688 – a última revolução que ocorrera em Inglaterra – fora feita com relutância e com o objectivo principal de tornar desnecessárias futuras revoluções.
Esta tradição é dificilmente traduzível na linguagem ideológica moderna. Mas Churchill resumiu-a brilhantemente numa passagem em que procurou descrever as convicções políticas de seu pai, Lord Randolph Churchill, que tinha sido uma ilustre parlamentar Conservador. Disse Winston Churchill:
“[Lord Randolph Churchill] não via razão para que as velhas glórias da Igreja e do Estado, do Rei e do país, não pudessem ser reconciliadas com a democracia moderna; ou por que razão as massas do povo trabalhador não pudessem tornar-se os maiores defensores destas antigas instituições através das quais tinham adquirido as suas liberdades e o seu progresso. É esta união do passado e do presente, da tradição e do progresso, esta corrente de ouro, nunca até agora quebrada, porque nenhuma pressão indevida foi exercida sobre ela, que tem constituído o mérito peculiar e a qualidade soberana da vida nacional inglesa.”[1]
Foi com base neste “corrente de ouro” que Churchill anunciou desde o início a sua firme oposição ao comunismo e ao nacional-socialismo, dizendo que "entre as doutrinas do Camarada Trotsky e as do Dr. Goebbels deve haver espaço para cada um de nós, e mais umas quantas pessoas, cultivarmos as nossas próprias opiniões”.
Num discurso em 1938, Churchill recordou a tradição da liberdade sob a lei em nome da qual condenava a dupla ameaça despótica do comunismo e do nacional-socialismo:
“Não temos nós uma ideologia própria — se tivermos de usar esta horrível expressão, ‘ideologia’ — na liberdade, numa Constituição liberal, no governo democrático e parlamentar, na Magna Carta e na Petição dos Direitos?” [2]
Foi em nome desta tradição ocidental da liberdade sob a lei que Winston Churchill fez tudo o que estava ao seu alcance para resistir à tirania. No seu primeiro discurso como Primeiro-Ministro na Câmara dos Comuns, a 13 de Maio de 1940, enquanto ainda estava a formar o seu Governo, Churchill anunciou o seu programa de resistência em palavras que ficaram célebres:
“Nada tenho a oferecer senão sangue, esforço, lágrimas e suor. Temos perante nós uma ameaça da mais grave natureza. Temos perante nós muitos, muitos longos meses de combate e sofrimento. Perguntam-me, qual é a nossa política? Eu direi que é a de fazer a guerra, por mar, terra e ar, com todo o nosso poder e com toda a força que Deus nos deu; fazer a guerra contra uma monstruosa tirania, nunca ultrapassada no lamentável catálogo do crime humano. Esta é a nossa política… Perguntam-me, qual é o nosso objectivo? Posso responder numa palavra: é a vitória. Vitória a todo o custo, vitória a despeito de todo o terror, vitória por mais longo e difícil que possa ser o caminho que a ela nos conduz; porque, sem vitória, não sobreviveremos.”[3]
Menos de um mês depois, a 4 de Junho, Churchill voltaria ao Parlamento, um dia após a evacuação com êxito de 224,318 soldados ingleses e 112,172 soldados franceses de Dunkirk. Foi neste contexto que ele proferiu o célebre discurso no Parlamento:
“Apesar de largas partes da Europa e muitos velhos e famosos Estados terem caído ou poderem cair nas garras da Gestapo e de todo o odioso aparato do poder Nazi, nós não vacilaremos.
Iremos até ao fim. Combateremos em França, combateremos nos mares e nos oceanos, combateremos no ar com crescente confiança e crescente força, defenderemos a nossa ilha, qualquer que seja o seu custo.
Lutaremos nas praias, lutaremos nos campos de aterragem, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas montanhas; nunca nos renderemos.”[4]
A 8 de Maio de 1945, Churchill pôde celebrar a vitória da causa da liberdade pela qual se batera incansavelmente. Menos de dois meses depois, a 5 de Julho, a sua venerada democracia parlamentar britânica derrotava-o em eleições gerais, dando uma larga vitória ao partido Trabalhista de Clement Attlee, que tinha sido seu leal vice-primeiro-ministro durante a guerra. Churchill aceitou a derrota eleitoral sem um protesto. E passou tranquilamente a liderar a bancada da Leal Oposição Conservadora de Sua Majestade.
O Reino Unido estava exausto. A Europa estava exausta. Mas o velho Winston Churchill, então com 71 anos, não se rendeu. No ano seguinte, em Março de 1946, no Colégio de Westminster, em Fulton, Missouri, na presença do Presidente Truman, Churchill denunciou solenemente a Cortina de Ferro que a União Soviética impusera na Europa central e de Leste:
“De Stettin no Báltico até Trieste no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente europeu. Para lá dessa linha ficam todas as capitais dos antigos estados da Europa central e oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sofia, todas estas famosas cidades e as populações circundantes estão agora no que eu devo chamar de esfera soviética, e todos estão submetidos, por uma forma ou por outra, não apenas à influência soviética mas também em grande e crescente medida ao controlo de Moscovo.”[5]
Este foi o ponto de partida oficial para o início da chamada “Guerra Fria” que opôs o Ocidente ao bloco soviético. Uma guerra fria que viria a ser vencida pacificamente pelo Ocidente com a queda do Muro de Berlim, em 1989. Churchill já não pôde testemunhar essa nova vitória da civilização ocidental pela qual combatera toda a vida. Mas tinha sido ele, mais uma vez, quem denunciara em primeiro lugar o despotismo soviético — e fizera-o enquanto líder da Leal Oposição Conservadora britânica.
Foi neste estatuto de líder da Leal Oposição Conservadora de Sua Majestade que Churchill visitou a Madeira em Janeiro de 1950. Mas — como recorda eloquentemente este livro de Miguel Albuquerque, e como as excelentes fotografias ilustram, — foi como líder do Mundo Livre que ele foi recebido entusiasticamente pela população madeirense.
Esta entusiástica recepção constituiu também uma honrosa homenagem à aliança luso-britânica, selada no Tratado de Windsor, em 1386. É a mais antiga aliança, ainda em vigor, do mundo ocidental. Tem sido muito criticada por modas intelectuais recorrentes, de esquerda e de direita. Infelizmente, tem sido muito pouco defendida na praça pública. Devemos estar gratos a Miguel Albuquerque, e à sábia população da Madeira que o elegeu, por esta destemida e eloquente recordação da visita de Churchill à Madeira — e da ancestral aliança luso-britânica que ela ilustrou.
Winston Churchill and the Western Civilisation of Liberty under Law
João Carlos Espada
(Director, Institute for Political Studies at the Catholic University of Portugal; President, the International Churchill Society of Portugal).
It was with some surprise that I received a phone call from HE the President of the Regional Government of Madeira, telling me that he was going to publish a book of his on the visit that Winston Churchill had paid to Madeira in January 1950. I say with “some surprise” only, because I already knew quite well of the admiration that Mr. Miguel Albuquerque had for Winston Churchill and of his familiarity with the life and work of the great statesman. That admiration and this familiarity had become quite apparent in the remarkable interventions of Mr. Miguel Albuquerque at several Churchillian events which have been and are frequently promoted by the Institute for Political Studies of the Catholic University of Portugal, in association with the International Churchill Society of Portugal.
My surprise was rather stronger when Mr Miguel Albuquerque invited me to write a preface for his book. I am very honoured by this invitation, which I have immediately accepted, but not without some trepidation. And this trepidation has only increased when I read the magnificent work that the reader now has in his or her hands. My preface will be a rather modest contribution to this great “Madeirense” and Portuguese tribute to Winston Churchill — a modest contribution that is privileged to accompany an eloquent historical and literary work of Miguel Albuquerque, as well as an extremely beautiful photo collection.
Even in the present days, Winston Churchill is still acknowledged as the man who led the Western resistance against nazi totalitarianism and as one of the very first to denounce soviet totalitarianism. But his political views tend now to be discarded and many denounce them as reactionary and outdated. I would like to challenge that perception and to recall some of the many aspects that made Winston Churchill “the proud heir and representative of the old European and Western tradition of liberty under law, to whom Europe has owed her liberty” — to quote the very appropriate evaluation of Miguel Albuquerque in the present book.
Winston Churchill was born in 1874 in a very ancient English aristocratic family, even though his mother was American. He studied at Harrow, one of best English public (ie, private) schools, but he did not go into University, having embarked upon a military career and studying at the very distinguished military academy of Sandhurst. He was elected to Parliament for the first time in 1900, and he remained a Member of Parliament until 1964, having died in January 1965. Churchill was always a profound admirer of, and an active participant in, the British Parliament.
At the dawn of the 20th century, the new intellectual fashions that were then emerging in Europe did not express great enthusiasm, to say the least, for the Western parliamentary democracy. It is perhaps worth recalling that, in 1904, Winston Churchill left his Conservative bench at the British Parliament and crossed the aisle to join the Liberal bench.Twenty years later, in 1924, he crossed the floor again and returned to the Conservative bench. But, whereas Churchill was changing benches between two very ancient parliamentary parties, the intellectual fashions of those times were attacking parliamentary democracy and the institution of the market economy. That was a period in which European democratic institutions, with the exception of the British and the Swiss ones, were disturbed by war and by revolutionary ideologies, both from the left and the right.
The new intellectual fashions tended to be ardent supporters of the revolutionary tides, either of the left or the right, either of communism or of what would become national-socialism. Revolutionaries presented themselves as spokesmen for a new world. One should leave behind the paralysis of parliamentary democracy and the commercial pettiness of capitalism, they claimed. England and America were described as symbols of the old world. They were said to be hostages to the “Jewish conspiracy” and the “world financial plutocracy”. England and America were accused of resisting the new centralised and innovative “total state” which was introduced by Lenin in Russia, in 1917, then by Mussolini in Italy, in 1924, later by Hitler in Germany, in 1933. Many people in Europe were sensitive to the new trends: “Yes, the world is changing,” -- they would say -- “and we must change with the world”.
Winston Churchill remained immune to the language of revolution and innovation. He was described as an old-fashioned reactionary who did not understand the new times. But Churchill did understand the new times. And he did not like what he understood. Churchill was an admirer of the European and Western tradition of liberty, to which he thought his country and the British Empire had given a significant contribution. He had carefully studied Macaulay and his whig, liberal-conservative, view of English history. He therefore knew very well that the 1688 Glorious Revolution – the last revolution that England underwent – was made with reluctance and with the main purpose of making further revolutions unnecessary. He therefore was not impressed by the language of revolution that was growing on the Continent.
This tradition can hardly be translated in modern ideological language. But Churchill summarised it brilliantly in a passage in which he tried to describe the political views of his father, Lord Randolph Churchill, who had been a distinguished Conservative Member of Parliament. Winston Churchill said:
“He [Lord Randolph Churchill] saw no reason why the old glories of Church and State, of King and country, should not be reconciled with modern democracy; or why the masses of working people should not become the chief defenders of those ancient institutions by which their liberties and progress had been achieved. It is this union of past and present, of tradition and progress, this golden chain, never yet broken, because no undue strain is placed upon it, that has constituted the peculiar merit and sovereign quality of English national life.”[6]
It was on the basis of this “golden chain” that Churchill announced from the outset his firm opposition to communism and national-socialism, saying that “between the doctrines of Comrade Trotsky and those of Dr. Goebbels there must be space for each of us, and some more people, to cultivate our own opinions.” In a speech in 1938, Churchill recalled the tradition of liberty under law for which he condemned the double threat of communism and national-socialism:
““Have we not an ideology — if we must use this ugly word — of our own in freedom, in a liberal constitution, in democratic and Parliamentary government, in Magna Carta and the Petition of Right?” [7]
It was on behalf of this Western tradition of liberty under law that Winston Churchill did all he could to resist against tyranny. In his first speech as Prime Minister in the House of Commons, on 13 May 1940, while he was still forming his Cabinet, he announced his programme of resistance in words that became famous:
““I have nothing to offer but blood, toil, tears and sweat. We have before us an ordeal of the most grievous kind. We have before us many, many long months of struggle and of suffering. You ask, what is our policy? I will say, it is to wage war, by sea, land and air, with all our might and with all the strength that God can give us; to wage war against a monstrous tyranny, never surpassed in the dark, lamentable catalogue of human crime. This is our policy. You ask, what is our aim? I can answer in one word: Victory — victory at all costs, victory in spite of all terror, victory, however long and hard the road may be: for without victory, there is no survival.”[8]
Less than one month later, on 4 June, Churchill returned to Parliament, one day after the successful evacuation of 224,318 British soldiers and 112,172 French soldiers from Dunkirk. It was in this context that he made his famous speech before Parliament:
““Even though large tracts of Europe and many old and famous States have fallen or may fall into the grip of the Gestapo and all the odious apparatus of Nazi rule, we shall not flag or fail. We will go on to the end. We shall fight in France, we shall fight on the seas and the oceans, we shall fight in the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender.”[9]
On 8 May 1945, Churchill was able to celebrate the victory of the cause of liberty for which he had fought tirelessly. Less than two months later, on 5 July, his venerated British parliamentary democracy defeated him in general elections, giving a landslide victory to the Labour Party of Clement Attlee, who had been his loyal deputy Prime Minister during the war. Churchill accepted the electoral defeat without a protest. And he quietly became the leader of Her Majesty’s Loyal Opposition.
The United Kingdom was exhausted. Europe was exhausted. But the old Winston Churchill, then aged 71, did not surrender. In the following year, in March 1946, at Westminster College, in Fulton, Missouri, in the presence of President Truman, Churchill denounced the Iron Curtain that the Soviet Union had imposed upon Central and Eastern Europe:
“From Stettin in the Baltic to Trieste in the Adriatic, an iron curtain has descended across the Continent. Behind that line lie all the capitals of the ancient states of Central and Eastern Europe. Warsaw, Berlin, Prague, Vienna, Budapest, Belgrade, Bucharest and Sofia, all these famous cities and the population around them lie in what I must call the Soviet sphere, and all are subject in one form or another, not only to Soviet influence but to a very high and, in some cases, increasing measure of control from Moscow.”[10]
This was the official starting point of the “Cold War” that has opposed the West agains the Soviet bloc. A cold war that was peacefully won by the West at the fall of the Berlin Wall in 1989. Churchill could no longer witness that victory of the Western civilisation for which he had fought the whole his life. But it had been he, once again, who had first denounced soviet despotism — and he had done that as the leader of Her Majesty’s Conservative Loyal Opposition.
It was under this status of Her Majesty’s Conservative Loyal Opposition that Churchill visited Madeira in January 1950. But — as it is eloquently recalled in this book by Miguel Albuquerque, and as it is beautifully illustrated by the excellent photos — it was as leader of the Free World that he was enthusiastically welcomed by the people of Madeira.
This enthusiastic reception was also a honourable tribute to the Luso-British alliance, sealed in the Windsor Treaty of 1386. It is the oldest surviving alliance of the Western world. It has been much criticised by recurrent intellectual fashions, both from the left and from the right. It has unfortunately been seldom defended in the public square. We must be grateful to Miguel Albuquerque, and to the wise population of Madeira who have elected him, for this courageous and eloquent recollection of Churchill’s visit to Madeira — and of the ancestral Luso-British alliance that this visit has illustrated.
[1] Winston S. Churchill, “Personal Contacts”, in Thoughts and Adventures, (London: Thornton Butterworth, Ltd, 1934), p. 52.
[2] Discurso de 9 de Maio de 1938, citado em Peter Clarke, Mr Churchill’s Profession: Statesman, Orator, Writer (London: Bloomsbury, 2012), p. 225.
[3] Discurso no Parlamento de 13 de Maio de 1940, citado por Martin Gilbert, Winston Churchill’s War Leadership, (New York: Vintage Books, 2004), pp. 38-9.
[4] Discurso no Parlamento a 4 de Junho de 1940, citado por Martin Gilbert, Winston Churchill: A Life (London: Heinemann, 1991), p. 656.
[5] Discurso em Fulton, Missouri, citado e discutido em James W. Muller, ed., Churchill’s Iron Curtain Speech Fifty Years Later (Columbia and London: University of Missouri Press, 1999).
[6] Winston S. Churchill, “Personal Contacts”, in Thoughts and Adventures, (London: Thornton Butterworth, Ltd, 1934), p. 52.
[7] Speech on 9 May 1938, quoted in Peter Clarke, Mr Churchill’s Profession: Statesman, Orator, Writer (London: Bloomsbury, 2012), p. 225.
[8] Speech in the House of Commons, 13 May 1940, quoted in Martin Gilbert, Winston Churchill’s War Leadership, (New York: Vintage Books, 2004), pp. 38-9.
[9] Speech in the House of Commons, 4 June 1940, quoted in Martin Gilbert, Winston Churchill: A Life (London: Heinemann, 1991), p. 656.
[10] Speech in Fulton, Missouri, quoted and discussed in James W. Muller, ed., Churchill’s Iron Curtain Speech Fifty Years Later (Columbia and London: University of Missouri Press, 1999).
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